Da redação, Jaqueline Galvão – Com jogadores paranaenses no elenco, o Brasil se despediu na segunda-feira (25.01) do Campeonato Mundial de Handebol Masculino, realizado no Egito, com uma vitória esmagadora sobre o Uruguai. A seleção reinou absoluta na partida, impondo seu ritmo do início ao fim, o que garantiu o placar de 37 a 17, resultado que deixou o país na 18ª colocação, com dois empates, três derrotas e uma vitória em seis jogos disputados.
Fizeram parte desta campanha quatro atletas que nasceram e deram início a sua carreira em solo paranaense. São eles, o ponta esquerda Cleber Andrade, que atua pela Liga Taubateana de Handebol-SP, os laterais esquerdos Haniel Langaro, que veste a camisa do Barcelona-ESP, e Thiago Ponciano, que joga pelo Club Balonmano Ciudad Encantada-ESP, além do central e capitão da seleção Henrique Teixeira, do CSM Bucharest-ROM.
Léo Bortolini (segundo à direita) e Giancarlos Ramirez (quinto à direita) comandaram a Seleção Olímpica no Mundial do Egito depois que o técnico Marcus Tatá testou positivo para Covid-19 (Foto: Divulgação IHF)
Fora da quadra, o Brasil contou com dois experientes treinadores do Paraná, que comandaram o time após o técnico Marcus Oliveira, popular Tatá, testar positivo para Covid-19 e não embarcar para a terra das pirâmides. Trata-se de Giancarlos Ramirez, treinador do Londrina, e Leonardo Bortolini, ex-atleta da Seleção Brasileira e atual técnico da equipe de Maringá. Os dois clubes são afiliados à Liga de Handebol do Paraná.
Nas redes sociais, Teixeira lamentou não terem alcançado um resultado melhor no torneio – em 2019 o Brasil ficou em 9º lugar, justificando que lesões e casos positivos para o novo coronavírus prejudicaram o rendimento da Seleção, além de terem tido um período considerado por ele curto em preparação à competição. “18º do mundo! Obrigado a todos que torceram. As coisas não foram muito bem como planejamos, com 5 lesões, 10 casos de Covid-19 e pouca preparação. O fato é que seria um sonho meu país ser 18º do mundo em muitas outras coisas. Orgulho desse time”, escreveu Teixeira, que no Mundial foi o capitão da equipe e após a despedida do torneio confirmou, na terça-feira (26.01), que testou positivo para o novo coronavírus.
Capitão da Seleção Brasileira, Henrique Teixeira: "As coisas não foram muito bem como planejamos, com 5 lesões, 10 casos de Covid-19 e pouca preparação" (Foto: Divulgação IHF)
Por sua vez, Andrade que ficou de fora das primeiras partidas por lesão no adutor se mostrou grato pela oportunidade de representar seu país, dizendo que os “guerreiros” estão levando na bagagem grandes aprendizados do evento. “Somente gratidão por tudo o que vivemos e aprendemos nesses dias. Levaremos daqui mais conhecimento, mais experiência, mais resiliência e uma vontade enorme de voltar mais forte do que nunca! Temos orgulho de fazer parte desse grupo guerreiro, que deu o melhor em quadra e mostrou que o handebol brasileiro segue evoluindo”, publicou.
Campanha
A Seleção Brasileira estreou no Mundial pelo grupo B protagonizando uma partida acirrada diante da Espanha – atual campeã europeia, fechando o marcador em 29 a 29. Contra a Tunísia, os brasileiros emplacaram mais um empate, dessa vez em 32 a 32. No jogo seguinte, o Brasil foi vencido pela Polônia (23 a 33), mas, apesar do resultado negativo, conseguiu se classificar para a segunda fase da competição.
O atleta paranaense Haniel Langaro foi um dos destaques do Mundial do Egito (Foto: Divulgação IHF)
No Main Round, a equipe brasileira foi superada pela Hungria (23 a 29) e entrou em quadra eliminada contra a Alemanha, que venceu o duelo por 31 a 24, amargando a terceira derrota seguida no torneio. Em seu último compromisso, o time dominou os uruguaios e conquistou seu primeiro triunfo no Mundial, ficando com o 18º lugar entre as 32 seleções participantes.
Desfalques
Antes mesmo do início do torneio, o Brasil sofreu baixas ocasionadas pelo contágio do novo coronavírus, que deixou de fora do Mundial o meia Thiagus Petrus, o goleiro Leonardo Terçariol (Ferrugem) e mais quatro membros da comissão técnica; além do pivô Matheus Francisco da Silva e do lateral Gabriel Ceretta, que se lesionaram às vésperas da competição. Se já não bastasse esses desfalques, durante o campeonato o lateral direito José Toledo torceu o ligamento cruzado do joelho. Fora os problemas dentro de quadra, a equipe enfrenta ainda uma das maiores crises na Confederação Brasileira de Handebol, que está sem comando e imersa em dívidas.
Pré-olímpico
Mesmo diante de tantos problemas extra quadra, a seleção masculina volta agora suas atenções ao pré-olímpico, que acontece de 12 a 14 de março. Em disputa estão duas vagas para as Olimpíadas de Tóquio, marcada a princípio para os dias 23 de julho a 08 de agosto. Na briga para carimbar o passaporte estão ainda a anfitriã Noruega, o Chile e a Coreia do Sul. A equipe feminina brasileira já está classificada para os Jogos Olímpicos.